terça-feira, 31 de maio de 2011

delicioso o escuro
escuro da sala quando se ouve música
escuro do quarto quando se assiste filme ou quando do amor
escuros que fazem brotar pensamentos diversos e um gosto de menta no canto da boca

escuro é silêncio
é respirar fundo e vislumbrar novos caminhos
é acolhimento do que é sozinho
do sozinho que está mesmo quando se está a dois
um sozinho que está mesmo quando não se está sozinho


aquele sozinho que se desdobra em movimento, vozes-mundos
aquele escuro aconchegante que faz rir, que faz falar sem pudores,
que faz cantar mesmo desafinado
e dançar descalço sem medo de errar o passo.

escuro que tudo cria, inventa, permite
aquele que traz a manhã,
e que quando à luz, promove outros encontros,
outros inventos

mas não mais aqueles de quando do escuro mesmo