Estou muda. Sensações do corpo/alma que palavras
não dão conta.
Entendi há pouco que nada tem a ver com a falta de
inspiração. (Im)posto isso, pega-se o caderno, é inevitável.
Mesmo que pela inspiração, palavras são códigos
para o uso da razão nossa de cada dia. Mas as sensações das quais agora falo
nada têm a ver com ela. Constatação recorrente esta.
Estou a repetir o mesmo de formas diferentes. Ando
em círculos?
Vo(o)u em
espiral. Mais sábio, talvez. Sabedoria sem razão esta.
Voos diferentes, sensações outras, pensamentos
nulos. Inspirar ex-pirar.
Inspirar tem doído, o expirar é alívio.
Liberdade boa essa. Brincar com as palavras.
Palavras poderiam ser usadas para extravasar as
sensações não ditas,
porque o indizível existe para quem sabe olhar. E
olhar também se aprende.
O caminho final não seguiu a trilha original. O equilíbrio de um
segundo vira dúvida, espera.
Tenho
procurado sentido para a morte. No fundo – ou no lugar que se guarda a
incompreensão – é isso.
A espera suspensa no ar não traz resposta além da
sensação de espera, que é vazia.
Então fico entre a espera e a inspir(ação)
expir(ação)
Despir a ação deve ser igual a esperar a espera,
para que ela traga alguma esperança.
(que
é sorriso ao final da espera)