Ontem foi um
dia histórico. Votação acirrada.
Não vou falar
que o amor venceu o ódio, porque não venceu.
O ódio
continua na fala das pessoas na rua e nas redes sociais.
O caminho é
longo, mas seguimos juntos. Discutindo, dialogando, nas ruas, nas escolas,
universidades, grupos de amigos, no facebook.
Não vou falar
hoje de política partidária, apesar de importante, gosto mais das
micropolíticas, da política do cotidiano.
O que mais me
indigna? Difícil. Me indigna injustiça, todas. Contra gays, pobres, pretos,
contra o Nordeste. Esta saída do armário recentemente, pelo menos com a força
que tenho visto.
Triste tanto
ódio e preconceito. Mas prefiro vê-los a não vê-los. Saiam todos do armário!
Esses
microfascismos cotidianos. Horrivelmente iguais a todos
os outros.
Ma(i)s fáceis
de esconder. Saiam todos do armário. Que quero apontar e dizer que são iguais a todos os outros. Não há diferença entre o seu de hoje, de ontem, contra gays,
pretos, pobres e nordestinos, dos do século XX, logo ali atrás. Tão presentes.
Dia histórico
pra mim. Pela chuva real e tão simbólica, pega de surpresa. Na rua.
Pela Angela
Davis vista no Cinema da Uff, depois de tantos anos.
Teria sido
morta. Acusada de três crimes. Manipulados por um Estado assassino que mata
preto e pobre com uma facilidade assustadora.
Como o nosso.
Lá teria sido com a pena de morte, aqui, na favela, na rua. Todos os dias.
Libertem
Angela Davis e todos os presos políticos, Libertem Rafael Braga Vieira.
Ambos presos
políticos e pretos. Ambos inocentes.
Manifestações
nas ruas.
Ele pobre.
CONDENADO.
27/10/14