domingo, 25 de setembro de 2011

“Somos incompatíveis”. Essa frase me soou quase como uma morte. E isso é fim. O que fazer com a incompatibilidade? Há o que se fazer? Não. Por isso era morte. Pq tb contra ela não havia nada a se fazer. E a morte sempre me chocou, a princípio. E ainda me choca, a princípio. E vai me chocar sempre, acho, a princípio. Mas quando ela se distancia ou quando a gente, de alguma maneira, se distancia dela, ou talvez isso seja a mesma coisa, o peso que a gente dá a principio passa tb. Ameniza. E a longo prazo (pra mim a longuíssimo prazo, pois que muito infelizmente, os meus processos são lentos, lamentos) fica até leve. Ah, a morte leve! Que incompatibilidade, eu, logo eu, dizer da leveza da morte. Achar, igualmente leve, a incompatibilidade. E o princípio demora, demora. E simplesmente demoradamente passa.
(Passa. E ainda é morte e ainda é incompatibilidade. E vai ser sempre. E vai ser sempre mais leve. A longo prazo).


Para minha irmã com todo o amor do mundo e com toda a incompatibilidade da vida.
13/09/11
Tentava parar. Sempre que vinha à lembrança, tentava esquecer, pensar em outra coisa, fugir da questão. Às vezes, até conseguia, mas noutras perdia era tempo nesse exercício diário que é largar um hábito, um vício. Quando a vontade era muita, me permitia, só por aquele dia. Porém, o amanhã não chegava, nunca chegou. Ou chegava, e ia embora no tempo da próxima mesma promessa.
Não sei mais parar. Achei que saberia mais uma vez, como sempre soube ou lembrava saber. Mas a lembraça não era a mesma, tampouco o era a pressa de cumprir promessas.

02/08/11


Esqueci. Não de tudo, pois que talvez isso não seja ainda possível. De boa parte. Boa aqui, não num sentido de qualidade, mas de quantidade mesmo. Até poderia dizer: esqueci de boa parte boa, e diria também de boa ruim. Esquecer é perder?

Dizem que a memória é seletiva. Mas não se esquece só de lembranças ruins – não são delas que devemos lembrar para que se possa tentar outros caminhos, que não àquele?

Mas sem motivo e a qualquer hora do dia, me chegam lembranças de sonhos antigos. Fragmentos de sonhos mesmo, daqueles que sonhamos dormindo. Me vem à cabeça como lembranças do que vivi. Até que percebo que são lembranças de sonhos. Como tudo é relativo, minha memória “seletiva” pode decidir esquecer que determinada lembrança faz parte do sonho.

Será assim o modo que a memória tenha achado para realizar sonhos? Será isso seria uma realidade forjada?

E o que a realidade se não isto?

(de uns meses atrás..)