quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Olhando da janela..

Ao lado de onde estudo tem uma favela. Onde passarinhos e micos circulam livremente. O galo fica do lado de lá do muro, mas ele se faz presente toda manhã do lado de cá quando o escutamos. O lixo de lá não é o mesmo que o daqui, nem a pobreza é. Se derrubassemos o muro, o galo também circularia livremente. A pobreza não acabaria, nem o lixo. Só exerceríamos o que propõe uma universidade "pública, gratuita e de qualidade": a troca.



25/09/09

3 comentários:

Claudia Sciré disse...

concordo! na usp tmb tem um muro q separa a universidade da favela, o que só contribui para gerar mais medo da alteridade

. carolina . disse...

Sempre achei muito curioso esse contato janela-janela que temos com os nossos vizinhos. Fico feliz quando uma menininha passou a frequentar Oficina de Dança a convite do L. Mendonça. Mas é triste conhecermos tão pouco quem está tão perto.

Acho que os muros invisíveis dos olhos fechados separam mais que outros. Infelizmente.

Beijocas, Ju! Te adicionei à minha lista!

Giselle Veiga disse...

"A resposta ao ingrato presente é, na poesia mítica, a ressacralização da memória mais profunda da comunidade. E quando a mitologia de base tradicional falha, ou de algum modo já não entra nesse projeto de recusa, é sempre possível sondar e remexer as camadas da psique individual. A poesia trabalhará, então, a linguagem da infância recalcada, a metáfora do desejo, o texto do Inconsciente, a grafia do sonho.
A poesia recompõe cada vez mais arduamente o universo mágico que os novos tempos renegam. (BOSI. O ser e o tempo da poesia. p. 174)".

Vc faz isso qndo olha pela janela e transforma o que vê em palavrinhas. Palavrinhas que resgatam o lado-de-lá. Palavrinhas que ultrapassam essas fronteiras...

Bonito.