segunda-feira, 15 de novembro de 2010

talvez o que se diga do tempo seja mesmo verdade
que tudo passa, sendo bom ou sendo mal
talvez seja bom acreditar que o mal passa
que todo pesadelo passa, que todo ano difícil passa
é bom saber disso, mesmo que durante o pesadelo, acreditar nisso não seja de todo suficiente

mas também gosto de acreditar no infinito, no pra sempre
gosto de eternizar alguns momentos
gosto de acreditar antes de dormir, ou durante um dia de verão, ou quando vejo o sorriso de uma criança que o que é bom é pra sempre

que minha irmã é pra sempre, que os meus amigos são, que alguns autores que eu leio são pra sempre, que as músicas que escuto são
que a casa no campo é, que o lugar tranquilo vai ser pra sempre, que a alegria dos meus filhos, que aquele amor de um dia vai ser pra sempre também

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

2010 - Ano do Tigre no Horóscopo Chinês

Este foi definitivamente um ano explosivo. Um ano dado para a guerra, o desacordo e desastres de todos os tipos. Mas foi também um ano grande. Nada foi feito numa escala pequena, ou tímida. Tudo, bom e mau, foi levado aos extremos. As fortunas foram feitas e perdidas. Foi um momento para a mudança maciça, para a introdução de ideias novas e marcantes, especialmente controversas. O calor impetuoso do ano do tigre, apesar de seus aspectos negativos, devemos dizer que teve um efeito de limpeza e purificação em todos nós. Tal como o calor intenso é necessário para extrair metais preciosos de seus minérios, assim também o ano do tigre trouxe para fora o melhor que existe em nós.


Do dia 3 de fevereiro de 2011 a 22 de janeiro de 2012, teremos a influencia do Coelho de Metal no Horóscopo Chinês. Um ano mais tranqüilo, calmo e benéfico após um ano agitado e instável que o Tigre nos trouxe. Uma época harmoniosa em que a diplomacia, as relações internacionais e a política darão um grande passo outra vez. Segundo os Chineses o ano do coelho é reconhecido por trazer a paz ou ao menos um respeito pelo conflito ou guerra. Simboliza a graciosidade, as boas maneiras, conselhos sadios, bondade e sensibilidade à beleza. Teremos um estilo de vida cheio de lazer. Ano temperado, mais em ritmo lento. Pode-nos parecer possível ser feliz sem demasiados cuidados.

"Pode-nos parecer possível ser feliz sem demasiados cuidados."
Aproveitemos!!!

www.hoops.pt/astrologia/tigre.htm
www.paiogun.com/horoscopo-chines-previsoes.htm

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Tudo o que foi dito, foi muito bem pensado.
Já tinha atinado para o assunto e hoje ficara horas olhando para cima do armário.
Até que chegou o momento, não tinha mais como fugir, não queria mais fugir.
Falou de uma tacada só. E ouviu coisas que nem imaginara.
Uma conversa precisa, mas cheia de sentimentos.

Uma mãe e uma irmã, dois anjos na minha vida..

parafraseando de novo..

Estou muito compenetrada no meu pânico. Lá de dentro tomando medidas preventivas. Minha filha, lê isso quando você tiver perdido as esperanças como hoje. Você é meu único tesouro. Você morde e grita e não me deixa em paz, mas você é meu único tesouro. Então escuta só; toma esse xarope, deita no meu colo, e descansa aqui; dorme que eu cuido de você e não me assusto; dorme, dorme. Eu sou grande, fico acordada até mais tarde.

Ana Cristina Cesar

(em http://www.vocalizacoesmelismaticas.blogspot.com/)

terça-feira, 11 de maio de 2010

"Tudo em volta está deserto, tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco
Foi inútil
Tudo certo"..


parafraseando na falta de inspiração..

quinta-feira, 8 de abril de 2010

coração aflito

voltei pela praia - como de costume - mas hoje foi diferente.
diferente porque o mar era pura ressaca.
diferente porque a ressaca tinha deixado todo o lixo na areia.
porque se tinha virado refém dentro das casas.
porque as casas - muitas casas - já não estavam de pé.
porque com as casas, as pessoas, dentro, também não tinham ficado de pé.
porque para onde se olhava, se chorava. de desespero. de espanto.
de algo que há pouco havia se perdido: a esperança.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Naquela madrugada não havia mais nada que se pudesse fazer. Estava de férias e acordava tarde todos os dias, almoçava quase na hora da janta e à noite ficava procurando o que fazer. Na maioria das vezes acabava era dormindo mesmo, depois de fazer uma coisa aqui outra acolá. A noite sempre fora parceira em leituras, escritos e devaneios. E naquela madrugada resolvera escrever. Não, não tinha um tema. Mas como de costume, a primeira frase veio na cabeça e pronto. Estava feito. Ou melhor, ainda seria feito. Mais algumas frases e nada ainda. Olhou em volta. Não queria nada tão denso, porque sentia-se leve. Leveza ou vazio? Roeu a unha. Parou - não roía mais as unhas. Pensou em falar de alguma coisa casual, talvez do carro que tinha enguiçado na saída do supermercado. Não.. não saberia o que dizer além disso. Não saberia o que dizer sobre nada naquela noite. Os pensamentos estavam dormindo. Os sentimentos também. A vontade de escrever talvez não tivesse sentido, naquele momento. Resolveu de súbito dormir também. Talvez nos sonhos, achasse o que dizer.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Gosto de listas. De fazer listas. Dos filmes que quero ver, dos livros que gostaria de ler, de tarefas cotidianas. Sinto prazer em riscar o que já foi realizado e circular o que ainda não foi.
Faço isso com frequência. Em qualquer lugar, com pedaços minúsculos de papel - porque inspiração não tem hora pra acontecer. A de hoje (a lista) me veio no cinema.
Essas coisas acontecem na vida das pessoas sem motivo, sem nenhuma grande razão filosófica, sem que nenhum sinal tenha vindo antes.
Foi o filme (que deu origem à lista e a esse depoimento). Talvez uma tentativa de entendê-lo. Bom. Esquisito também. Não diria cotidiano, mas possível, provável como tudo - já que tudo é passível de ser imaginado, escrito, dito, sentido, filmado.
"Experimente, para o seu bem, querer o que vc já tem"

Bel Garcia

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Historinha de ninar crianças e adultos

Pra ela a forma mais completa de viver era semeando. Semeava amigos, semeava boas risadas, conversas infinitas num banco de praia, o sol, semeava tudo que lhe cabia - tirando, é claro, nos dias de mal humor.
Aprendera a semear simplesmente, fosse o que fosse. A duras penas. Porque tinha também outro lado que era contrário, tinha maneira fácil de enraizar. E querer que o mundo fosse o mesmo, porque ela também era a mesma. E era o que lhe dava serenidade.
Ficou muito tempo assim, enraizando e aglomerando tudo o que era possível. Se apegava, e aí era difícil deixar algum pedacinho seu sair pela vida, a passear sem ela. Não era, de modo algum, por maldade ou vaidade, era só por não querer perder o que lhe era importante, essencial.
Quando as mudanças vinham, sofria. E parecia um grão, de tão pequena que ficava. Chorava, se trancava em casa, até o momento que se sentia de bem com ela de novo.
E lá ia ela para mais um acolhimento, de gente, de coisa, de sentimento. Agarrava todos os seus momentos e era feliz assim.
Um dia, confundiu alguma coisa lá dentro e teve vontade de fazer um passeio que nunca tinha feito antes. No outro dia, quis experimentar uma fruta que ainda não tinha provado. Dali, foi querendo conhecer mais e mais coisas que nem sabia que existiam, porque nunca sequer tinha olhado para elas.
Ficou intrigada. E se perguntava como isso podia ter acontecido. Percebia agora que algumas raízes já estavam envelhecidas e secas, e que era hora de deixá-las ir embora. Doeu ter que arrancar algumas raízes, mesmo sendo necessário.
Mas percebeu que mesmo depois disso, ela ainda podia lembrar. Passou a lembrar com carinho de todas as raízes que tinham passado. E ficou satisfeita com a possibilidade de poder semear, até o momento que aquilo lhe fizesse feliz.
Ficou contente de poder lembrar das raízes e semear quantas mais sementes fossem precisas para a vida ter o colorido que o seu momento, a cada momento, pedia.