quinta-feira, 8 de abril de 2010

coração aflito

voltei pela praia - como de costume - mas hoje foi diferente.
diferente porque o mar era pura ressaca.
diferente porque a ressaca tinha deixado todo o lixo na areia.
porque se tinha virado refém dentro das casas.
porque as casas - muitas casas - já não estavam de pé.
porque com as casas, as pessoas, dentro, também não tinham ficado de pé.
porque para onde se olhava, se chorava. de desespero. de espanto.
de algo que há pouco havia se perdido: a esperança.

3 comentários:

Caroline Tavares disse...

bonito e real.

Ana Cláudia Azeredo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Cláudia Azeredo disse...

Embora a palavra não seja adequada, sua análise foi ‘poética’.
A situação é cruel se analisarmos as causas da incompetência.
Um abraço carinhoso para amenizar a aflição.