Foucault tem me posto em dúvida sobre a existência do acaso.
Não tenho costume de acreditar nele.
Não sei bem porquê, mas até aqui, acreditei na causalidade das coisas.
E sempre me pareceu justo, até Foucault.
Mas tenho colhido frutos diferentes dos que, com frequência, planto.
Posso simplesmente ter trocado as sementes.
Ou posso olhar pra outro lado e acreditar no acaso - que agora começo a achar mais atraente.
Poderia fazer algumas perguntas à Foucault.
Mas a que escolho fazer agora é se amigos são feitos ao acaso.
Ouço por minutos o implacável som do silêncio.
E me permito ficar assim um pouco mais.
Não há resposta.
Esse diálogo não é mais possível.
Apenas interpretações minhas sobre a leitura - na cabeça há semanas.
Mas não existe resposta.
Hoje talvez pense que algumas coisas me acontecem por acaso.
E não sei o 'pra quê'.
Para Helô (pelos 'pra quês' agora virtuais..)
5/05/08
4 comentários:
Adoro referências expostas na ponta dos dedos do teclado.
Coincidência. Também ando a ler o Foucault. Ainda há muita coisa a sistematizar na minha cabeça e eu espero que seja logo, porque tenho urgência.
(voltando...)
Me agradou, particularmente, a imagem da colheita dos frutos. Uma imagem usada pelo homem pelo menos há uns quase dois mil anos naquela parábola. Uma imagem que continua a nos instigar e que nos cabe como exemplo. É uma atração inevitável, uma forma de convidarmos a tradição a nos ajudar a contar.
"Gosto".
As causas provavelmente não existem em todos os campos. Buscá-las é importante, mas deixá-las também. Eu ainda não sei ao certo.
Penso agora que as amizades se fazem muitas vezes nos acasos, mas elas só são possíveis porque o acaso pode e tem espaço na vida para aparecer. Não será o acaso um casual caso causal? Se contamos com ele, não será um motivo?
Sei não.
Flor, vc é minha ídola. Lindas palavras... Adoro seu blog, parabéns pela sua filosofia contemporânea. Bjo.
Você saca muito!
E escreve de forma boa de se ler!
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