domingo, 22 de dezembro de 2013

O que não pode ser curado, precisa ser aceito.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Querido Rafa,

Na época, pode não ter feito nenhum efeito. Mas hoje é das frases mais lindas. Obrigada.

"Cartilha da cura

As mulheres e as crianças são as primeiras que
desistem de afundar navios"
Ana C.
as expectativas de sábado ficaram pra trás
como a vista vista da janela de um carro.

mesmo quando não escrevo, escrevo.
também com língua, olhos e pensamento
escrevo escovando os dentes.

minha última tentativa forçada, não vingou
deixei pra depois.
tenho visto hipocrisia e revoluções.
gosto porque
é a mesma moeda
limitada por fronteiras invisíveis.

boa parte de nós é invisível. a parte maior.
mas vejo diariamente mini exposições de janelas distintas.


tenho um lado preguiçoso que não me deixa falar.

converso comigo.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Saí para trabalhar. Juro. A intenção era mesmo essa. Tudo planejado no dia anterior. A manhã correu assim, como quem trabalha sem pressa, a andar pelas ruas do centro. Conheci ruas que ainda não tinha me dado conta, e a sensação que há muito não me preenchia. Até cartão de telefone comprei. Era um ritmo antigo com algum ar de novidade, que não sabia de onde vinha. Meio do dia, fiz mais alguns contatos, despreocupados, mas ainda era trabalho. Vi exposição, e ainda tem teatro pra hoje. Gostei de Nan Goldin e Dominique Gonzalez. Para fechar o que ainda nem acabou, encontrei dentre livros de possibilidades, Leminski em prosa. Será que ainda vem mais? Se puder, quero guardar um pouco pra amanhã, e depois, e depois, e depois.




12/06/13

sábado, 9 de março de 2013

sobre tempo

Engraçado como o tempo pode ser subjetivo.

Olhei pro relógio e é tão cedo ainda.

Gosto quando o tempo passa devagar e me deixa fazer as coisas no meu tempo, às vezes lento..


05/03/13

----------


Todo amor é uma aposta
E é o tempo que mostra
se ele se sustenta ou não


06/03/13




sexta-feira, 8 de março de 2013

vivo sincronicidades absurdas
vivemos todos
é só questão de sensibilidade percebê-las

pode viver assim todo dia?

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

nonsense

Tenho que fazer um trabalho. Estou enrolando. Aliás, tenho enrolado bastante, não só para o trabalho.
Tenho acordado assim. Não é pois, uma decisão. É talvez uma condição. Não de todo dia, mas tem sido frequente.
Uma amiga enviou um trabalho dela que pedi e resolvi então, lê-lo ao invés de fazer o meu.
Bom. Muito bom. Me fez (está fazendo) reunir alguns pensamentos de ultimamente, mas principalmente, sensações que até agora não tinha conseguido transformar em palavras. O que se segue então são assuntos relacionados, ou que eu tenho relacionado na cabeça (e não só lá) desorganizadamente.

No momento que li de novo o trecho me arrependi de não ter escrito a frase que me passou pela cabeça quando li aquele trecho no livro. Agora ela me faz falta. Mas o trecho é mais ou menos assim. O tom de diário do livro dela é inventado, forjado como forma de atingir o leitor. Mesmo com o tom íntimo, não se chega (nunca) à intimidade mesma na escrita. Concordo. Mesmo que o diário fosse de verdade, pois que existem diários de verdade, a intimidade total não se dá porque se imagina que ele possa ser lido. Ou porque intimidade não possa ser “comunicável literariamente”.
O texto e o livro me fizeram (re) pensar nisso. A escrita, literária ou não, acadêmica ou não, íntima ou não é sempre forjada, de um modo ou de outro. Simplesmente porque se pensa que alguém lerá um dia ou poderá fazê-lo, então artifícios são usados. Comigo é assim, apesar de continuar achando bem biográfico o que escrevo.

Viu. Penso em algumas coisas, mas não escrevo. Quero escolher o que cabe melhor aqui. Penso se vou falar da estética. Não. Mas acho que tem a ver com isso também. Cadê aquele trecho? Não acho. Já havia me prometido não voltar ao texto. Escrever a partir do que ficou dele em mim. Partes importantes seriam perdidas, puladas. Mas sempre são, não? Não há como ser diferente. Aí lembro das questões de memória e verdade. E a palavra forjada aparece de novo. Ambas forjadas, posto que outras memórias e verdades são esquecidas. Aqui também há artifício.

Bem, a estética. Concordo com Clarice que não há separação. Forma e conteúdo são uma coisa só. Mas a Ana também brinca que queria fazer design gráfico para inventar o livro antes do texto (era o trecho que queria achar). Concordo também. Tanta gente diz coisas parecidas, mas a forma, deus, como é diferente. Estética não é isso?
“Onde o limite? Desde onde o limite?”

Clarice mesmo. Acabei de ler Perto do Coração Selvagem. Não é difícil por ser hermético. É justo o contrário. Como acompanhar com o pensamento o que é pra ser sentido? Como entender algo que não se diz com palavras? E como poderia ela dizer senão com palavras?

Confluências. Não tenho conseguido achar palavras. Mais: não tenho conseguido achar. E não acho palavras para dizer o que.

 

eu no trabalho. trabalho em mim.

eu no trabalho criativo. meu trabalho criativo. criatividade em mim no trabalho.

eu criativo. ócio criativo. criatividade em mim.

 

Meu intestino não vai muito bem, acho que anda reclamando.
Talvez se soubesse gritar, gritasse. Eu não grito, fico muda.
Fui procurar. Intestino na apostila de reiki. O chakra raíz ou era o umbilical? relacionado também ao intestino diz respeito à criatividade. Não lembrava. Só lembrava que “toda doença começa no intestino”. E que o intestino é o órgão mais importante, depois do cérebro. Será porque ali está a fonte da criatividade? Quando esta começa a minguar, a doença aparece? Seria assim?

Gosto da filosofia oriental, em especial a indiana. Quero ler sobre isso. Quero ler Spinoza e Artaud também. Ia mandar um email pro André pedindo referências e não mandei.

É que outro dia estava pensando de novo, por conta de uma conversa, na vida artista do Artaud. No que ele fala sobre isso. Há tempos quero ler e nada ainda. A conversa foi intrigante. De novo: confluências. Segundo ele, e pelo muito pouco que sei sobre isso, a vida artista é vivida no cotidiano. Não vou me atrever a falar mais sobre isso pra não falar abobrinhas. Mas a primeira relação que me vem à cabeça é da arte contemporânea: arte e vida juntas, inseparáveis. Realizada por não-artistas (lembrei de dois textos legais. a educação do não-artista I e II, Allan Kaprow). Como nos primórdios. E lembro de novo, de como o Ocidente tem por hábito separar as coisas.

Talvez, com a ajuda da internet, estejamos caminhando pra isso que vem propondo a arte contemporânea de um modo geral. Possibilidade de gravar o próprio vídeo, de editar o próprio livro, de fazer a própria música. Acesso. Acesso ao cd do fulano, do livro digitalizado..

Sou do grupo que acredita que o acesso e a gratuidade desses bens culturais são inevitáveis e ótimos para a sociedade. Mas indo direto ao ponto: escritores e músicos vão viver de quê? Artistas vivem de quê?

 

Vive-se de quê hoje?

 

Se vivêssemos todos como artistas, como sugere a arte contemporânea e talvez Artaud, não sei, e como preconiza a internet, sob um determinado aspecto. Sem vendê-la (a arte).

Virei o ano num sítio no mato. A condição era a mesma de agora, mas parecia viver apenas ao invés de enrolar. Me parecia mais saudável. E produtivo. Por que a diferença abissal então?

A lógica era outra. E com ela todo o resto: o ar, o verde, o rio, o balanço da rede, o almoço, o tempo.
Descobri depois da leitura do texto, que é essa A lógica que corresponde as minhas sensações (agora e sempre? agora e nunca mais?). E não há negociação, achei que havia, não há. Não é a mudança de trabalho somente, é a mudança de uma lógica que engendra todos os aspectos da vida. Se se quiser viver.

 
vida expressão. vida sensação. vida criativa. vida artista.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Não se preocupar com a hora
Fazer, sem pressa, o almoço
Não se importar com a chuva
Não ter quê.
Viver apenas. Respirar.

Se permitir a distração sem utilidade
Se adaptar à falta de pressa, à falta que o futuro faz
Não esperar nada além da certeza da sede:
De chuva, depois do calor.
De dia, depois do sono.


--



Ficar na rede por muito tempo me deixa zonza. Mesmo sem seu balanço. Mesmo sem a leitura, fico zonza. Acho que é o silêncio - apesar do barulho do rio, que agora já faz parte do silêncio, ou das mangas que se precipitam sobre o telhado, esse sim ainda causa sobressalto. Silêncio de pensamento, de sentimento, de sensações até. Pode isso? É possível? Não sei. É bom? Não sei. É, apenas.
 



03/01/13
 




ano novo

Que 2013 seja pleno
Nem cheio, nem vazio
Pleno

Pleno de paz interior
Pleno de amor universal
Pleno de energia
De saúde

Pleno de trabalho criativo, de coração em festa!

Pleno de cores e boas surpresas.





31/12/12

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013


Revisitar, visitar, tornar a visitar, revisitar de novo

Não há novo. Não há nada se nada for feito.

Ano novo de novo. De novo e novo.

Redundâncias não espantam, espanta o trabalho de fazer novo, de novo e sempre.

Mais espanta o não fazer.



Internet, só da varanda

Banho, só de piscina natural

Música, só da vitrola

Dormir, só ao barulho do rio





Não precisa ser poeta para fazer poesia aqui

Livros, por toda parte

Quadros, objetos, bancos, imagens

A mata é nativa e abundante

A casa parece, sempre esteve ali, nasceu ali

Junto com quedas d`água, bichos e árvores

A poesia vive, se alimenta

O olhar não captura, é capturado a todo instante

Tudo absolutamente, mesmo inanimado, fala por si.



30/12/12